No coração e não numa cadeira (*Correndo à Quintana)
Voa num unicórnio
Até que chegues bem perto a uns olhos
(Faze bom uso
Das longas e inteligíveis asas.
Pois isto será possível
Por uma ou duas vezes
Apenas!
Não te vás iludir, portanto.)
Lá chegando, enfim,
Trata de acertá-los
Bem ao centro
(Seja com um lápis, um pincel,
Uma caneta ou pedaço pontiagudo
De carvão - Não importa!
Trata de acertá-los!)
(Hã?! Que tem depois? - Tu me perguntas.
Bom, vamos logo
Ao que de pior
Se pode ater:)
Se não conseguires,
Receberás em troca
Um leve tapinha nas costas...
Poderás tombar ou não - Isto
Irá depender única e exclusivamente
De ti!
Se conseguires, porém,
Mon ami,
Será a Glória!
Surgirá antes os teus olhos
Espavoridos e atentos
O mais belo e autêntico dos versos,
E cantarão, alegres, todos os anjos do Céu,
A Lua beijará o Sol sem que deus algum note,
Rirão muitos pequenos ao mesmo tempo,
Água e fogo serão um só por instantes
E serás, então, imortal
No coração de alguns!
a 02/05/99
Obs: "Quando jovens,
cavaleiros medievais
aprendiam, para os combates,
a galopar, à toda pressa, com
uma lança contra um boneco
sobre um parafuso. Quem o não
acertasse entre os olhos, teria
um dos braços de pau do boneco
batido nas costas.
Isto chama-se correr a quintana."