Flores de plastico.
Eu confesso estar cansado
Dessa selva de concreto
Pra um poeta apaixonado
Isso aqui é um deserto.
O meu coração fica estático
Espero alguem que me ouça
Faço poesia pra flores de plastico
Enquanto admiro um cavalo de louça.
O lindo beija flor preso na moldura
E as paisagens fixas na parede
Até o girassol aqui é uma pintura
A da liberdade a minha alma tem sede.
Quero cavalgar numa imensa invernada
Sentido a brisa soprar no meu rosto
Me envolver na caricia da poeira da estrada
Rompendo com essas grades que só dão resgosto.
Escrever uma poesia sentado na relva
Buscando inspiração na flor da paineira
Vendo a atenciosa coruja que observa
O revoar deslumbrante de uma borboleta faceira.
Ser livre é a unica coisa que eu quero
Me molhar no sereno de uma madrugada
E de cimento a unica coisa que eu espero
É um banco na varanda de uma casa arejada.