CANÇÃO DO INDEFESO
Eu não quero chamar de sorte
o que me mostrou nos olhos de céu
Eu não quero saber de corte
ainda que a dor pareça mais doce que fel
Eu não quero acreditar em destino,
são nossos atos que deixam tudo dessa cor
não importa o escuro, a noite ilumino
com luz artificial para evitar qualquer dissabor.
Não esconda tudo aquilo que faz
parecer suave apesar do peso que leva
Eu também já pensei não ser capaz
de transformar teu choro em riso leve
Eu não quero morrer de pavor
do sangue que se acostumou a congelar
Eu não quero da solidão o calor
de quem sabe muito bem se aproveitar.