Água e cinzas
O que é isso que vejo
De brilho ofuscante feito a medusa atraente
Como enganadora serpente
Brilhando em líquido espiral?
Eis um cheiro a sentir
Úmido meio fúnebre
Cheiro fantasmagórico
Das flores que acompanham á terra
Que barulho este que ouço?
Como mudos sussurros
Infinitos esgares, sofrimento
Eis, lamentos na vinha
Quem há de segar os trigos envelhecidos
Que embelezam este lúgubre lugar?
Quem brindará esse vinho de sabor impar, almíscar
De caminhos secos a vagar
De sonhos esplêndidos horríveis a sonhar
Água e cinzas