O ÚLTIMO MANIFESTO

No tempo da pouca liberdade

haviam poetas

[também]

de fato,

sem medo do exílio da poesia;

haviam homens

[também]

direitos,

com pouco medo de tudo falar;

haviam mulheres

[também]

inteiras,

sem medo de silenciar o choro.

No tempo da pouca liberdade,

aqui, na Republica do Acolá,

o povo

[em maioria]

num cantar sem ordenar palavras

brincava feliz de carnaval.

No tempo da pouca liberdade,

lá, na Republica do Acolá,

os sonhadores,

[desumanos da poesia]

sem perspectiva de convencer às flores,

atiravam rajadas de palavras

e muitas balas em buquês de sonhos

para alimentar o ódio-estudante

aos primeiros guerrilheiros.

De nada valeu a lição

do tempo onde era pouca a liberdade!