Voz de poeta

Voz de poeta, alada

Trina árias aéreas

Transcende áreas

Calamares, calada

Irrompe melancolia em som neon

Risca luz na solidão

Lira que suspira, burila,

Delira além - imensidão

A fala que nela canta

Sem passado nem futuro

Presenteia a alma da gente

Versa inverso, verga inverno

Verte vida

Poeta de voz afônica

afoga-se no afã

perde-se em brumas do tempo

Ou é a musa Saudade

a dar-lhe nó na garganta?

Solta a voz, poeta

Voz sem vez prende

implode, silencia

a rima do coração.

Maria Paula Alvim
Enviado por Maria Paula Alvim em 31/08/2008
Reeditado em 31/08/2008
Código do texto: T1154680
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