Voz de poeta
Voz de poeta, alada
Trina árias aéreas
Transcende áreas
Calamares, calada
Irrompe melancolia em som neon
Risca luz na solidão
Lira que suspira, burila,
Delira além - imensidão
A fala que nela canta
Sem passado nem futuro
Presenteia a alma da gente
Versa inverso, verga inverno
Verte vida
Poeta de voz afônica
afoga-se no afã
perde-se em brumas do tempo
Ou é a musa Saudade
a dar-lhe nó na garganta?
Solta a voz, poeta
Voz sem vez prende
implode, silencia
a rima do coração.