EM GALOS

A percorrer o tempo
Na noite: o galo
Com seus pés tridentes
De trazer preso o chão
Sobe-se ele em pernas
Paralelas
A marcar tempos
Dentro e fora
Dele galo
Preenche-se todo de penas
Penas desse mundo todo
Às cores diferentes
De cada dia.
Sobe-se vertiginoso
Em pescoço
Como que o infinito
Infla-se notas e notas
Na noite já pouca
E seu canto tanto
Explode.
De seu pequeno espaço/canto
Rasga o dia
Que se apresenta
A despeito de esporas
Apontadas em ontens

Rasgados e largados
No tempo.
DA MONTANHA
Enviado por DA MONTANHA em 30/08/2008
Reeditado em 13/07/2021
Código do texto: T1152983
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