FALA O DIABO – II
Eu estive na lua,
Eu presenciei o ardente beijo,
Eu causei a tempestade depois da calmaria.
Eu assassinei o sol e fiz a lua se erguer,
Tornei o mar um deserto.
Mas uma mortal me fez amar,
E como gratidão, a seduzi eternamente.
Eu sou a noite negra, solitária, louca e fria;
Sou o porco, o bode, o gato preto;
Sou as trevas verdes nas tardes úmidas de primavera,
A escuridão inevitável banindo o remorso num porto;
As lágrimas que cortam o sorriso,
O sangue que brota da ferida da ousada jovem,
Mesmo já cicatrizada...