FALA O DIABO – II

Eu estive na lua,

Eu presenciei o ardente beijo,

Eu causei a tempestade depois da calmaria.

Eu assassinei o sol e fiz a lua se erguer,

Tornei o mar um deserto.

Mas uma mortal me fez amar,

E como gratidão, a seduzi eternamente.

Eu sou a noite negra, solitária, louca e fria;

Sou o porco, o bode, o gato preto;

Sou as trevas verdes nas tardes úmidas de primavera,

A escuridão inevitável banindo o remorso num porto;

As lágrimas que cortam o sorriso,

O sangue que brota da ferida da ousada jovem,

Mesmo já cicatrizada...

Diabo
Enviado por Diabo em 30/08/2008
Código do texto: T1152921
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