Solitária

Apago as luzes.

Tapeio as paredes encardidas

mofadas

acenando ao verde

bolinhas

displicentemente.

Perdido.

ilhado

feito de mudança caído.

Brinco de carro

de gueime

de casinha

apertada de filhos

de esperanças e de carnês.

Se não amanhã,

amanhã melhora.

Apago as luzes.

Entro na solitária:

condenação perpétua.

Apago as luzes.

Meu filho me chama à razão:

- Pai, quer brincar?

Cansado.

Clique.