Erros e buscas
Tranquei nos porões congelados de minhas frustrações
os grandes amores – não tão grandes como cria.
Ao bater as portas com o furor do desabafo
me dei conta de que lá ficaram, também,
as grandes paixões inesquecíveis.
Hoje, exausto de tantas buscas por caminhos
que me retornem aos momentos de amor verdadeiro,
deixo-me quedar à espera que ele ainda surja,
intacto,
das cinzas dos meus porões depositários de dores
(e sem que o quisesse) de verdadeiros amores.
Lastimo as perdas,
renovo-me de esperança a cada madrugada.
Só assim consigo dormir, até quem sabe, sonhar
com um rosto que não se mostra, em um corpo que se insinua,
até que o novo dia comece tão gelado quanto
quanto a fria beleza da lua.