Para que, meu antigo amado?
Para que dizer-me adeus, se o adeus é palávra de veras estranha?
Para que me disseste ilusões, para que me enganas?
Para que me destes o último beijo, se tua boca aínda culmina esse meu desejo?
Para que me dissestes a-Deus se tu não escutas minhas preces católicas?
Para que me disseste adeus, se na boca aínda há palavras que não se querem calar?
Para que me dissestes adeus, se é da tua vontade pra sempre me amar?
Para que me transmites tanto ódio, se teu ódio é nada mais que um reflexo do amor que tivemos, já que a imágem invertida no espelho da vida brincou com teus sentimentos?
Para que me deixaste em paz quando eu queria barulho e agora fazes barulho, que é quando eu desejo paz?
Para que não abandonas nossos antigos sonho e me deixa caminhar a vida no sonho que agora é só meu?
Para que tu juras que isto aínda não morreu?
Para que te atormentas, se não te desejo nenhum mal? Para que este instinto animal?
Para que iludir-se, se não lhe voltei qualquer esperança?
Para que desejar a felicidade que nunca alcanças?
Para que, meu antigo amado, tu vives sonhando acordado? Se na calma que é quando o sol já nasceu, não és mais amor lindo, não és mais amor meu.