Para que, meu antigo amado?

Para que dizer-me adeus, se o adeus é palávra de veras estranha?

Para que me disseste ilusões, para que me enganas?

Para que me destes o último beijo, se tua boca aínda culmina esse meu desejo?

Para que me dissestes a-Deus se tu não escutas minhas preces católicas?

Para que me disseste adeus, se na boca aínda há palavras que não se querem calar?

Para que me dissestes adeus, se é da tua vontade pra sempre me amar?

Para que me transmites tanto ódio, se teu ódio é nada mais que um reflexo do amor que tivemos, já que a imágem invertida no espelho da vida brincou com teus sentimentos?

Para que me deixaste em paz quando eu queria barulho e agora fazes barulho, que é quando eu desejo paz?

Para que não abandonas nossos antigos sonho e me deixa caminhar a vida no sonho que agora é só meu?

Para que tu juras que isto aínda não morreu?

Para que te atormentas, se não te desejo nenhum mal? Para que este instinto animal?

Para que iludir-se, se não lhe voltei qualquer esperança?

Para que desejar a felicidade que nunca alcanças?

Para que, meu antigo amado, tu vives sonhando acordado? Se na calma que é quando o sol já nasceu, não és mais amor lindo, não és mais amor meu.

Anja do tempo
Enviado por Anja do tempo em 28/08/2008
Código do texto: T1150666
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