Poeta e Vadio...
Não cuidem por ser Vadio,
não tenho alma de gente.
De ordens sou arredio,
só na rua estou contente.
A rua é paraíso,
dessa gente como eu;
Sem amor e sem juízo,
mas todo o mundo é seu.
Canto na rua ao luar,
à mulher que vai passando;
Só não posso ajuizar,
se outro está amando.
Ser Vadio é nobre arte,
é cantar ao infinito.
No seu amor que reparte;
De carinho o seu grito…
Ama a mulher que passa,
a todas diz que as ama;
A beleza é sua graça,
para as ter na sua cama.
Mas sempre o faz com amor,
enfeitando de carinho.
Tira a beleza da flor
e ama mesmo sozinho.
Vadio poeta e louco,
é sina essa loucura.
Tira da vida tão pouco,
em troca dá a ternura.