PERDESTE A NATUREZA

Perdeste tua natureza

O mergulho no asfalto,

afastou a beleza

Esqueceste o silvestre

E sua sutileza

Teu mundo é submundo

Artificial

De homem tornou-se pedestre

banal

Perdeste o eclipse

Obscurecido pela cidade

Não viste o meteoro

Teus olhos eram vaidade

As estrelas tornaram-se lâmpadas

Fugazes

Perdeste a primavera

Em um jardim de plástico

Mataste o beija-flor

A chuva virou quimera

Consumo tornou-se amor

A brisa é condicionada

Eletrodoméstico e motor

Perdeste a cor das nuvens

Substituídas pela fumaça

Não ouvistes mais os pássaros

Tua floresta é uma praça

O dinheiro teu coração

Animais são as máquinas

Cessaram beleza e paixão

Perdeste os verdadeiros valores

Humanos e naturais

Rotulaste os sentimentos

A flora, a fauna e a água

No prazer individual

Preso ao teu egoísmo

Consideras tudo normal

Perdeste a afetividade

Já não enxergas o brilho da lua

Insensível ao falso humano

À indiferença tua

Da amizade trabalho fizeste

E do amor, destroços

Restrito ao teu ambiente

Esqueceste o ser que és

De carne, sangue e ossos.

Sergio Fajardo
Enviado por Sergio Fajardo em 26/08/2008
Reeditado em 19/04/2019
Código do texto: T1146887
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