GAIVOTA DA PRAIA

No Verão não te revi,

Da Rocha me desviei.

Saudade tenho eu de ti,

Que te vi, até pensei.

Linda gaivota à aventura,

Que encanto é o teu voar.

Sobre a areia andas segura

E no mar a balouçar.

Executas teu bailado

Bem alto – que maravilha!

Mas se descobres pescado,

Surges lesta em esquadrilha.

Em bando segues os barcos

Com ansiosas irmãs,

Que no ar desenham arcos,

A alvoroçar as manhãs.

No cimo da rocha ficas

Argêntea, pura, real,

E ao sítio tu te dedicas,

Se não houver temporal.

Este poema te devo,

Ave linda de encantar.

Tu és todo o meu enlevo,

Junto à praia, ao pé do mar.

Mas se Deus o permitir,

Prò ano aí estarei.

E uma dúvida a surgir,

- Se s’rá outra que verei!

Lisboa, 9.01.2006

Maria da Fonseca
Enviado por Maria da Fonseca em 21/02/2006
Código do texto: T114650