GAIVOTA DA PRAIA
No Verão não te revi,
Da Rocha me desviei.
Saudade tenho eu de ti,
Que te vi, até pensei.
Linda gaivota à aventura,
Que encanto é o teu voar.
Sobre a areia andas segura
E no mar a balouçar.
Executas teu bailado
Bem alto – que maravilha!
Mas se descobres pescado,
Surges lesta em esquadrilha.
Em bando segues os barcos
Com ansiosas irmãs,
Que no ar desenham arcos,
A alvoroçar as manhãs.
No cimo da rocha ficas
Argêntea, pura, real,
E ao sítio tu te dedicas,
Se não houver temporal.
Este poema te devo,
Ave linda de encantar.
Tu és todo o meu enlevo,
Junto à praia, ao pé do mar.
Mas se Deus o permitir,
Prò ano aí estarei.
E uma dúvida a surgir,
- Se s’rá outra que verei!
Lisboa, 9.01.2006