Elegia
Já não importava mais
o sol lhe dourando a pele,
nem mesmo o vento bagunçando as tranças.
O riso furtivo das crianças
que cruzavam com ela
e lhe esbarravam nas pernas,
era um vagaroso vislumbre das horas mortas.
O que ela trazia nos olhos era
uma tarde pluviosa
que molhava os livros espremidos no braço
E seu peito sequioso
que se rompia em estilhaços
a cada firme pisada no chão de terra.
... ...
Chegando ao fim da rua
ela já se havia desfeito
e era só mais um punhado de poeira
Na rua dura de outras vidas.