Um dia estranho.
Um dia estranho
De estranhas ocorrências
O dia nublado
Deixa-me amargurado
Busco a solidão
Sinto a tristeza
A minha volta
Pessoas tristes e caladas
Andam pelas ruas
A cidade esta triste
Até a pressa é triste
Ninguém sorri
Parecem desconfiados
Assustados, param,
Olham para os lados
Para traz e até para o alto
Um tempo de pouco sol
E muitas nuvens
Um tempo pesado
De fortes ventos
E muita chuva
Sentado no Bar
Espero a chuva passar
Ela chega
Molhada e sorrindo
Alguém sorrindo
Vestida de preto
Calça comprida preta
De um tecido emborrachado
Camiseta impermeável
Com capuz um casaco preto
De couro, botas de cano alto
Salto alto de couro preto
Ela olha e sorrindo
Diz sorrindo. Bom dia!
Eu respondo bom dia
Ela vai até a máquina de som
Coloca uma moeda
E rola um James Brown
Que grita, “I feel good!”
Depois do grito
Ela gira no corpo
Pede uma cerveja
E começa a dançar
No ritmo da música
Bebe um gole
Acende um cigarro
Pergunta sorrindo
Se o cigarro me incomoda
E falo tudo bem
Sem problemas
Pode fumar a vontade
Enquanto a fumaça
Sobe em espiral
Ela toma a cerveja
Termina a música
Termina a cerveja
Apaga o cigarro
Pede a conta
Paga
E quando vai sair
Um cara
Do outro lado do balcão
Manda uma cerveja
Pedindo para ela
Dançar mais
Ela agradece
A cerveja
E sai
O cara ainda tenta
Convence-la
Ela já não ouve mais
Foi... Sumiu sorrindo
Na multidão
De tristes apressados
Num dia estranho
De estranhas
Ocorrências
ABittar
poetadosgrilos