APRENDIZADO

Teu corpo fez o criar

do acordar dos olhos meus:

andavas mansa como a fragilidade da brisa,

e levava, em teu sorriso, um certo ar de deboche.

Passei a perceber que via

[induzido]

o desconhecido que pensava já ter visto

em tantos outros corpos próximos,

mas, jamais, nenhum

com a mesma fragilidade de brisa

ou com ar de deboche no sorriso que carregavas.

Cega-me agora.

Não preciso mais ver o amor nas coisas invisíveis!

Apesar de tênue a luz do quarto,

consigo sentir o mais íntimo do sublime que mora em ti,

por mais frágil que a brisa do teu sopro venha a sussurrar

[ao meu ouvido inteiramente teu]

que o deboche do sorriso foi só uma conquista

para que um amor não só tenha olhos

[como também, nem corpo]

e que aprenda, cada vez mais,

a cada novo despertar.