FELICIDADE
eu te diviso no romper da aurora,
no imortal perfume do agora
e no gosto incerto do amanhã.
Eu te adivinho nas lágrimas,
nas pálidas nuanças do isolamento,
no silêncio da música que me alimenta,
na lucidez insana dos pensamentos.
Eu te pressinto na imensidão,
no azul que colore o infinito,
nas horas frágeis da solidão
e na paz de estar comigo.
Eu te descubro vivaz,
no burburinho da chuva que cai,
no riso fácil e inexperiente
dos ódios que violentam a paz.
Mas eu te tenho, pleno ardor,
quando deixo a alma, lassa,
espreguiçar seu êxtase
e suspirar seu gozo
nos braços tenros do amor.
Sonia R.