MORTAL SAUDADE
Cruéis saudades de uma vida já passada
Que um dia se vestiram d’esperanças,
Fatais enganos do destino, são heranças
No jazigo do passado sepultadas.
Não mais me insulta o escárnio da ilusão,
Nem mais me iludo com a sina que me afronta,
Pois essa mágoa qu’insistente me defronta
Já fustigou por demais meu coração.
Se repensar os meus sonhos não me encanta
E a crueza do destino não mais me alcança,
A mortal saudade qu’inda agora me espanta
Também um dia restará só na lembrança.