GRANDES POETAS
Nós, os poetas,
nos julgamos grandes.
Tão grandes que humildemente
vagamos pelas ruas,
junto das folhas que deslizam,
caídas das árvores grandes.
Sentamos no banco
onde dorme o mendigo,
lixo da cidade grande.
Somos a raiz
de uma enorme árvore.
Ninguém sabe,
ninguém viu.
1979