A Médica Residente

Na ante-sala as dores se misturam,

as pressas são iguais

e se quer nunca mais.

A jovem Médica tenta gritar.

É contrário ao que aprendeu,

mas aqui, beberá d'água que nunca bebeu.

Como será seu Futuro?

Em quantas salas ainda gritará?

Teria sido esse seu sonho?

Viver nesse pesadelo medonho?

Algum poeta ainda insiste,

mas o Verso lhe escapa.

É inútil qualquer farpa

na bruta madeira do tapa.

Amanhã será igual.

O poema ficou manco

e a moça de branco

(que estudou Medicina)

já gritará mais alto.

É coisa que a vida ensina.

Tudo e sempre igual;

as dores continuarão.

Jovens médicas gritarão

o que a Vida lhes mostrou de Não.

Sincera homenagem às (aos) Médicas (os) Residentes da Unicamp.