Às vezes, como hoje
Às vezes, como hoje.
Você invade meus sonhos
E se mistura e me
Perturba.
Com seu eterno sorriso
De moleque
Atrevido...
Até hoje desconhecido.
Às vezes penso que vou te encontrar
Mais à frente,
E sempre acho que isto é certo, porque vejo com
Muita clareza, dor e certeza.
Às vezes, ao longo do seu imenso
Silêncio, perco a conta das vezes em que te penso,
Perco a conta das vezes em que te mereço.
Às vezes, ao olhar no teu olhar
Sinto tua ternura e muitas vezes
Tua urgência, teu abraço machucado,
Muitas vezes demorado,
Algo assim perpetuado.
Às vezes, como hoje,
Quando você está nos meus sonhos, mesclado
A outros muitos amores,
No meio de muitas vozes,
É a sua que eu mais ouço,
É a sua que me atrai,
É a sua que me desfaz...
Acordada, fico perdida
Em devaneios, misturada
Com teus abraços e silêncios
Presa no teu sorriso,
ferida no teu descaso,
Sobrevivendo...
por acaso...
abril/2000