Feitiços, Arabescos & Fetiches!
Meia quadra de Lua, sons & tiros,
Vampiros rondam pela noite, fuga...
Outro rebelde parte na esquina, trevo...
Alicates afiados, aguilhão em forma de morcegos,
Parintins abocanha a taça de Iara, flamingos...
Dança exótica sobre sedas, lumes fantásticos,
Estrelas de Baco rondam em penitência, flancos...
Atiçados fogos espectrais, valetes & damas...
O quadro daquele que se rebela, verniz seco...
De trás para frente, anatomias & cânhamos...
Vestutos em disfarces na pira que se acende,
Outras libações na parafernália bélica
Conta-mão na sorte grande, loteria escassa,
Paraíso trocando de roupa no fim da rua
Semblante pelo avesso, rosto côncavo...
Partes iguais de uma mesma miséria...
Trilogia dos afogados, fajutos & ordinários,
Tempestade em copo d’água, livre arbítrio...
Cadinhos suspensos em lustres & cobres...
Pescoço tatuado no signo das flechas...
Labaredas renovadas para novos feitiços
A mão que acaricia a face oculta, nada revela...
Folhetins novelescos tirando um riso grátis
Paga-se por uma deixa e outro que sai...
Reclamações a prestações pelo saldo da dívida
Mas não comprei nada, é sempre uma desculpa...
Capas sobre tudo no capote avulso, limo...
Vestida para a noite em que a Lua se completa
Nada de maldições, agora são outras épocas...
Pula a dança céltica, pula sobre a noite,
Do alto dos ciprestes, folhas de louro pelo chão,
Pedra da sorte salta, a mão aberta no olho cênico,
Vaza na madrugada, tiros que silenciam,
Malditas ervas daninhas corroendo tudo
Ao pó o que já era pó, outras volúpias...
O corpo desnudo para um banho & outros ritos...
A vez que passa pela ponte
Vai longe barqueiro, outra moeda para o além...
Não se espante! A vida continua passando feito um filme!
Peixão89