QUANDO O AMOR EMUDECE
Estão mortas as palavras...
Nada dizem ou sugerem
ou lembram.
Morreram de fome.
Nada mais havia
que as sustentasse
ou sequer despertasse.
No dia-a-dia foram
calando, uma a uma,
como as estrelas do céu
no final dos tempos.
Jazem os sonhos
natimortos, frios;
jazem os sentimentos
sepultados vazios;
jazem os corpos
inertes, duros.
Agora é o nada,
absurdo e mudo.
A vida se esvaiu
do seu próprio conteúdo.
Lina Meirelles
Rio, 19.08.08