Vazio

Vazio

No rodar do olhar à minha volta,

A indiferença é tanto, que se nota,

Um passar as horas porque assim é,

Tanto faz se é azul , ou se não é,

Um cansaço que invade até a alma,

E compassa os dedos, que vão escrevendo com calma,

Que me deixa a pensar no estandarte da batalha,

Que se ergue no cantar da vitória,

E se derruba, perante o delírio da memória,

Que não se apaga, de olhar as paginas do caderno,

E me vai murmurando o som do tempestuoso vento,

Esse, que me varreu o trilho do caminho,

E me deixa perante a mente e um cálice de vinho!

Quase fico no render perante o nada,

E desfaleço quando não sinto o perfume de fada,

Nem o sentir de motivação para o amanhã,

Perco os sentidos e o fio da mente sã,

Sinto o vazio que se espalha ao redor,

E perdi-me das ordens do meu capitão mor,

Já olhei tudo que me possa levar,

E tudo ficou parado, nem as pernas para andar,

Perante a imponência do destino,

Vou escrevendo a alma,

E desenhando a demência do desfalecer sozinho!

Nenúfar 19/8/2008

Nenúfar
Enviado por Nenúfar em 19/08/2008
Código do texto: T1136184
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