REGRESSO DO OUTONO

Primeira chuva de Outono

Começou de manhãzinha.

Todos tínhamos saudade,

Nós, a relva e a avezinha.

O asfalto mudou de cor.

Rescende, a terra molhada.

Vislumbrei entre os arbustos,

O melro e a sua amada.

Agora mesmo me encantam

Os pardais a saltitar,

Piando, alegres, gaiatos,

Na árvore junto ao meu lar.

O dia sempre cinzento,

De nuvens muito roliças,

Deu folga ao Astro-rei

Nestas terras outoniças.

Depois da longa estiagem,

As folhas luzem enfim

E agitam-se, acastanhadas,

No prenúncio do seu fim.

Hoje, o ar já pesa menos,

Não me custa respirar.

Graças Vos dou, meu Senhor,

Pelo Outono regressar.

Maria da Fonseca
Enviado por Maria da Fonseca em 18/02/2006
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