REGRESSO DO OUTONO
Primeira chuva de Outono
Começou de manhãzinha.
Todos tínhamos saudade,
Nós, a relva e a avezinha.
O asfalto mudou de cor.
Rescende, a terra molhada.
Vislumbrei entre os arbustos,
O melro e a sua amada.
Agora mesmo me encantam
Os pardais a saltitar,
Piando, alegres, gaiatos,
Na árvore junto ao meu lar.
O dia sempre cinzento,
De nuvens muito roliças,
Deu folga ao Astro-rei
Nestas terras outoniças.
Depois da longa estiagem,
As folhas luzem enfim
E agitam-se, acastanhadas,
No prenúncio do seu fim.
Hoje, o ar já pesa menos,
Não me custa respirar.
Graças Vos dou, meu Senhor,
Pelo Outono regressar.