Ponta do ferrão

Acordo no meio de uma sala vazia

Olhar busca no infinito

Uma explicação para minha angústia

Coração pesaroso dita meus passos

Algo fuge de mim



Aconteceu de súbito!

Minha imaginação tece lentamente

Meus atos



Há um mar de vazio em mim

Sou ponto neutro que se distancia das bordas

Sem movimento algum



Uma cigarra zumbiza eterno em meus ouvidos

Não tenho gestos de protestar

Espera a minha lassa fronte



Que o dia passe...

Que as noites passem...

Como folhas magras

Tangidas pela ponta do ferrão

De um outono impiedoso