Quem Vai Ler?
Eu quero escrever,
mas escrever o quê?
Não sei, de novo as palavras
fogem de mim,
me deixam só,
puro dó.
Remexem os versos vazios,
calou no peito o reflexo
do teu olhar sol.
Rubrou o peito
o jogo do teu ir e vir.
E vou jogando na linha, nas linhas
frases, bases sem sentido.
Versionar sobre a falta de verso,
falta do que fazer,
ouço uma música,
pego algo pra ler.
Vou pra frente
do espelho mexer,
vou pra frente
do espelho
pra ver o que quero fazer.
Vou rabiscar no caderno
o que penso sobre ficar solta, à mercê
de comentários duros e hilários.
Quero sinos doirados
que soem sons doces.
Ah, se simples assim fosse...
Nem de longe uso conjugação verbal certa,
mas tenho licença poética
pra errar nos poemas...
Temas que procuro,
se perdem rápido demais,
além do quê, um mistério vem prender a atenção,
figura-se tensão super preocupada
em não virar emoção.
Só cordialidade...
Quanta desatenção!
...
E no vai-e-vem de uma conversa,
a mente dispersa
frases soltas, que por razão de se acharem livres,
são soltas,
são gotas à toa,
que pra nada, nem ninguém
dão satisfação.
...
Ocasião que semeia
no ser questões,
as quais entram nos ouvidos como sermões...
Escreveu o chão palavras que viraram árvores,
e folhas, e galhos, e sombras.
Eu quero escrever,
mas escrever o quê?
E escrever pra quem ver?
Quem é que vai dispor tempo pra ler?