Acorda, Menina...

Levanta daí, menina, a tormenta já passou.

O temporal foi terrível e eu sei que te assustou.

Levanta e pega a tua boneca de pano,

se alimente dessa bolacha de nata,

e se assente novamente ao piano.

Acorde dessa apatia, menina, o mês está quase virando,

a ventania te virou no avesso, muito te machucando.

A tua alma ficou exposta desde o começo,

dependurada na cabine da vida,

e se eu me lembro eu até me entristeço...

O teu silêncio aflito quase ninguém ouviu,

teus lábios se morderam e a dor foi só você que sentiu.

O choro em cada manhã foi amargo e quente,

o desalento te devolvia pra cama,

mas agora eu te ordeno que se levante,

como uma menina valente.