JANE

JANE

Lílian Maial

no seio da mata

no colo da Mãe

me sinto segura

descanso do tempo

mas sem teu calor

sou Jane perdida

viúva da selva

nem maga ou druída

sou galho e sou cobra

rastejo e me enrosco

pau de toda obra

e cimento (aposto)

sou tronco frondoso

cipó pendurado

de copa cerrada

de punhos fechados

vivente na relva

um grito, um milênio

no peito da terra

faltou oxigênio

na mata, a mamata

na serra, a baderna

o ouro sumiu

as pedras racharam

meu Tarzan

c

a

i

u

.

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