Eu... O nada

Eu sou o ser da noite que te afaga os cabelos quando todos dormem.

Eu sou o zelo camuflado em pêlos que você esnobe não quer.

Eu sou o papo que ficou pra depois

O pensamento que não foi pensado

Eu sou a calma, a calmaria...

Eu sou a TPM, a tua ira

E o chocolate que te invade boca adentro num fim de dia...

Eu sou a manhã

O amanhã de qualquer dia.

Eu sou a aranha

(ou qualquer bicho que te assusta ou inspira)

Que não te deixa só num fim de tarde...

Eu sou o teu nome, a vogal

Sou tua sombra, teu sexo e gozo esperado...

O lago que esconde o fundo.

Eu sou teu pé e teu passo no escuro

O hálito de manhã...

E a saudade que tortura

(Essa coisa que te fere quando te lembras frente ao espelho)

Eu sou teu enjôo, teu óculos e visão

A coragem e o medo...

O início... Somente início...

E o resto e o nada.