DE PASSAGEM

A você que desce para aquelas pobres partes,

indo pro lado do povo que nada tem e nada é,

Leva-lhes alguma esperança dessas terras abastadas,

diga-lhes que neles depositamos nossa fé.

Sabemos que a fome é um grande bicho papão,

que no silêncio da noite rouba-lhes as crianças.

Para entrega-las nos braços da morte cruel,

e de uma familia apagar vestígios de esperanças.

Ouvirá o choro desconsolado da viúva triste,

pelo marido que foi e não voltou com vida.

De um êxodo a capital da terra da garôa,

onde teve o frio tiritante como guarida.

Entenda que alí não haverá futuro para eles,

aquela gente vive enfurnada no distante passado.

Cuidam de aceitar de alguém qualquer coisa,

resignam por serem com frequência humilhados.

É essa a gente que verás no roteiro de viagem,

você que vai indo a gastar e passear, pelo país,

Foi em turismo a um lugar e viu outro diferente.

Nesse mora abandonado um faminto povo infeliz.

Pacomolina
Enviado por Pacomolina em 15/08/2008
Reeditado em 19/04/2009
Código do texto: T1130378
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