... e estremecer de leve a cada leitura das palavras do outro, e encher-se de uma alegria inesperada e de esperanças malucas, adivinhando coisas nas entrelinhas, sendo feliz naqueles instantes de individualidades misturadas... ( agosto de 2007)
E DEPOIS, O SILÊNCIO
Morrem as palavras como espuma
que se desfaz com a brisa
e resta o silêncio dentro de mim
intenso, caloroso, preenchendo
com sua luminosidade as minhas
entranhas , este teu silêncio
que ficou de tantas coisas ditas
de tanta intensidade compartilhada.
Morreram as palavras mas
em seu lugar nasceu este lago
de águas límpidas, suavidade
e clamor, onde navego
restou o melhor de nós nas
entrelinhas, nos desejos
viajantes de tantas madrugadas
tudo que não foi e agora é
da forma mais cristalina,
abrandadas as arestas
pelo esquecimento que o
tempo milagreia
nosso silêncio arde em
preciosa chama
e vagueia em solitária estrada
e cavalga nas minhas noites
como misterioso potro
enquanto a lua cheia
é só fulgor de estremecida dama.