Quadro De Esperança

Uma cena emoldurada

na ante sala do esquecimento.

Uma vida de sofrimento

Um riso tenso.

Lamentos.

Um olhar perdido na parede de cimento.

Dedos retorcidos pela enfermidade

buscam na textura das folhas,

faces e flores,

sentidos para suas fantasias.

Com dificuldade

mas com intensa vontade,

suas mãos desenham

e pintam quadros.

Seu corpo permanece inerte na cama,

mas a garganta de sua alma grita,

e na asa da imaginação,

cria,

alcança vôos,

traz esperança

e salvação.

* Poema inspirado no texto " Exílio, do livro " A Vida que ninguém vê, Eliane Brum, Ed. Arquipélago.

Roberto Passos do Amaral Pereira
Enviado por Roberto Passos do Amaral Pereira em 14/08/2008
Reeditado em 14/08/2008
Código do texto: T1128237