Quadro De Esperança
Uma cena emoldurada
na ante sala do esquecimento.
Uma vida de sofrimento
Um riso tenso.
Lamentos.
Um olhar perdido na parede de cimento.
Dedos retorcidos pela enfermidade
buscam na textura das folhas,
faces e flores,
sentidos para suas fantasias.
Com dificuldade
mas com intensa vontade,
suas mãos desenham
e pintam quadros.
Seu corpo permanece inerte na cama,
mas a garganta de sua alma grita,
e na asa da imaginação,
cria,
alcança vôos,
traz esperança
e salvação.
* Poema inspirado no texto " Exílio, do livro " A Vida que ninguém vê, Eliane Brum, Ed. Arquipélago.