INDECISÃO
Não sei mais o que fazer,
Não sei mais o que sou,
Nem mesmo sei o que sinto.
Não sei se sinto vontade de continuar, o que talvez não tenha iniciado,
Ou de iniciar o que já tenha começado.
Não sei se sinto empolgação em fazer o que sei,
Ou se me empolgo em aprender o que preciso saber.
Não sei se sinto vontade de ir à luta, em busca de novos saberes,
Ou se deixo prender, pelas grades da ignorância.
Não sei se sinto que devo sair em busca de novas conquistas,
Ou se devo permanecer e tentar convencer que sou vitorioso.
Não sei se sinto que devo continuar sonhando bons momentos,
Ou se devo partir em busca da realização desses.
Não sei se sinto mais nada,
Ou melhor, nada mais devo sentir,
Pois não sinto mais, o que sentia.
Não sinto dor, porque talvez eu seja a dor,
Não sinto paz, porque talvez ela não me queira mais,
Não sinto alegria, porque talvez não tenha paz,
Não sinto amor, porque talvez eu seja a dor.
Não sinto o que deveria sentir,
E não sei se sinto algo.
Afinal!
Eu devo sentir tudo e não sei de nada do que sinto,
Não me pergunte por que,
Porque a resposta vai ser.
“Sinto muito! Eu não sei”.
Daniel Roberto
24 de outubro de 1998