METADES

Por coincidência, seu nome eu tinha,

O rosto guardado no álbum de escola.

Sua vida marcada ano a ano a minha,

Minha vida perscrutando você agora.

Éramos metade de um amor incompleto,

Uma premonição que a razão explica.

Fomos um tudo de um futuro incerto,

um sonho mudo que o tempo modifica.

Saudoso, o coração assim persiste.

num louco jogo de pura adivinhação

como unir as duas partes da metade?

Ainda hoje, em mim, você existe

Um pedaço que não dá explicação

Um inteiro que nunca foi verdade.

Jose Carlos Cavalcante
Enviado por Jose Carlos Cavalcante em 14/04/2005
Código do texto: T11269