Sem Sentido

Sem Sentido

Passo o olhar pela mente,

E sinto o tempo ausente,

Não encontro o sentido para o caminho,

Não sinto o mundo e na foto venho sozinho,

Não chegam os cheiros e os sons que ficaram,

Nem as flores que os ventos levaram.

Não sei para onde corre a maré,

Não noto o gosto, nem sei que dia é!

A direcção aponta para o vazio,

E o corpo sente o desconforto e o frio,

Dos dias que sem brilho se riscam do calendário,

E minha história que virou um fadário,

É tão só o hoje e este momento,

As palavras desalinhadas,

Que preenchem o meu caderno,

Um pequeno e poderoso gesto,

Que me segura do calcar do inferno!

Cruzo as ideias com o horizonte da memória,

E o brilho perdeu-se, no penoso recordar,

Sem segredos a vida ficou opaca,

E o palácio transformou-se em barraca,

O perfume ficou sem odor,

E o olhar vislumbra passivamente a dor,

Que tanto faz o delírio, como a paz,

Num mundo do tanto faz!

Nenúfar 13/7/2008

Nenúfar
Enviado por Nenúfar em 13/08/2008
Código do texto: T1126717
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