E FINALMENTE A CHUVA...
Senti-me pássaro, ave,
A espreitar a chuva agreste,
No vão da escada de pedra,
Batida pelo sudoeste.
Queria fugir, voar,
Como tinha visto aos pombos,
Quando a chover começou
E se ouviram os ribombos.
Ainda olhei o pessegueiro,
Mas esse, menos feliz,
O mau tempo ia sofrer,
Preso ao chão pela raiz.
Salpicos me incomodavam,
Trazidos pela rajada.
Um arrepio me agitou,
Apesar de abrigada.
T’ria mesmo de esperar
Que a chuva abrandasse,
E com cuidado seguir
Para que os pés não molhasse.
Mas, tinha o coração quente,
Agradecida ao Senhor,
Pela chuva benfazeja,
Após a seca e o calor.
A relva a tapar a terra
Castanha, faz tempo assim,
Folhas a reverdecer
Na humidade do jardim.