ENCONTRO NO TEMPO (*)
A minha pele quer beijar a tua carne.
É simplesmente fome
Desejo rebelado.
No capim molhado,
A navalha da luxúria
E, no sal das tuas entranhas,
Minas de secretos gritos e silêncios.
Vem!
Façamos o que ordena o tempo
Na inconsciência que nos multiplica
E espanta.
Mais uma vez eu olharei o meu desejo
E outra vez mais tu olharás a cor do tempo
Esmaecida ou bronzeada no abstrato tempo.
Homem e mulher, nesse momento,
Não teremos compreendido bem o que se passou.
Mas o tempo, este estará seguro
E satisfeito.
(*)Revisto e modificado em relação ao texto publicado em "O Velho Testamento", ed. do autor, 1988.