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Uma oitava acima


DO 
poeta sem tristeza
e da música sem solfejo,
inda que ensaiada,
não sai bela sonata.

RE 
bordar sem alinhavo,
cama sem aconchego,
inda que pura seda,
ao paraíso não leva.

MI
bemol da escalada,
mirada que faz tremer,
inda que em 40 graus,
vale a pena viver.

FA
lar que ama muito,
nem sempre quer dizer,
inda que em lamento
jure dez vezes oito.

SOL
que me queiras Lua
para carinhos acender,
inda que te perdoe,
não há esquecer.

LA
no horizonte findo
há ritos de despedida,
inda que em tal linha,
haja chegada e partida.

SI
não rima com solene,
porém pouco importa,
inda que não venhas
abro-te janelas e portas.

DO
fundo do coração
ergo-te uma serenata,
inda que sem violão,
amor em leminiscata...
 
 
 
                                  

*Republicação
meriam lazaro
Enviado por meriam lazaro em 12/08/2008
Reeditado em 17/11/2011
Código do texto: T1125287
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