EU E OS OUTROS
Único, a nenhum sou igual.
Meu eu individual me reparte do global.
Sou um ser especial diante do geral:
trago em mim a essência do integral.
Singular eu sou, mas apenas no plural.
Este é o meu profundo sentimento:
ninguém é alguém sem outrem.
Para ser é preciso pertencer ao total;
ir muito além do enfrentamento pessoal,
engajar-se na construção social.
Deixar-me levar como pluma ao vento,
em movimento livre , é abster-me do fardo,
tornar-me insignificante, da espécie um bastardo.
Ficar de fora do comprometimento
é procedimento insubsistente e aéreo
porque a todo momento eu e os outros
somos tão e somente UM. Eis o mistério!
Lina Meirelles
Rio,12.08.08