COMO POETA 


Como criatura, já não sou
o sonho-luz colorido,
que de tanto que chorou
perdeu-se num canto sofrido,
sem cura...

Já não danço em rodopios
pelo seu corpo valsando...
Saudades é corrente de um rio
onde os dias vão se arrastando,
incoerentes...

E nas horas borradas em solidão,
fantasio... Minh'alma libertando!
Quando a tenho em minha mão,
versos soltos vou trançando,
sou Universo!

Palavras-magias vão enfim surgindo,
converto sinuosas curvas em linhas retas
e um outro sonhar qualquer vou tingindo.
Assim alcanço o vôo livre, como poeta
sigo, fingindo...
 
11/07/2008
 
Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 12/08/2008
Reeditado em 18/06/2011
Código do texto: T1124350