Amor na Torre
Gritos cantados ecoam entre as serras violentadas. Gememos em liberdade unida num só corpo; meto toda minha energia! Submersos entre puras e escassas arvores ofegamos e embriagamos-nos com o cheiro da lua. Satisfazemos-nos em suspiros melados de prazer que escorrem pelas cochas suadas da moça. Vivemos um momento sagrado onde profanamos juras de amor eternas.
Recito-lhe poemas sacanas
esculpidos em palavras de diamantes
vestidos de loucuras insanas
junto a sons pesados e delirantes.
Além de todas as coisas mundanas.
Ela se apaixona, por hora...
Essa linda ainda vai me conhecer melhor...
E vai ver o que eu sou de bom e de pior...
Então ela me esquece ou me ama...
É, vou lhe mostrar onde meu eu mora...
Vamos nos ver além de todo esse suor...
Vamos descer a serra violentada...
Altar da torre de ondas que não dizem nada...
Vamos descer até o povoado.
E vamos cair pra tudo que é lado.
E nos meter entre o costume infeccionado.
Eu não sei se vou te amar por toda minha vida.
Não é desamor. É que não vou me enganar.
Estamos juntos agora!
Sem essa mentira entre nós, minha querida...
Vamos em busca de onde a gente mora.
Vamos nessa, vamos juntos embora.