Águas em Mãos
Molho as flores que a chuva não vem,
Mato-lhes a sede porque a seca é certa.
As flores bebem a água que lhes dou,
E toda água que tenho cabe em minhas mãos.
Molho as flores que a estiagem é longa,
Sacio-lhes a sede porque quero seus frutos.
As flores sorvem cada gota que caem sobre elas,
E toda água que tenho cabe em minhas mãos.
As nuvens estão longe de surgir no céu;
As flores bebem a água que lhes dou.
São águas em minhas mãos que despejo nelas,
São águas que se multiplicam com as águas de tuas mãos.