AH! SE EU PUDESSE VOAR ...

Ah! Seu eu pudesse voar...
E ver de cima as coisas do mundo,
Firmar retina no âmago profundo,
E me deliciar com o bem e o mal.

Ah! Seu eu pudesse voar...
E conhecer toda a amargura,
Do alto ver que a dor desfigura
A imponência do homem que diz ser o “tal”.

Ah! Se eu pudesse voar...
Vendo, engolir num trago veneno,
Destruir-se esse mundo pequeno,
Na guerra que o homem inventou pra ter paz.

Ah! Se eu pudesse voar...
E poder bradar num tom refulgente:
Vamos plantar o AMOR minha gente,
E a terra, em guerra, teremos jamais!


Brasília, ESAF, 27/01/1987