Libélulas
Você a escondia em sua bagunça,
tão frágil,tão tola,tão pura.
Você a guardava numa caixinha embaixo da cama,
o seu segredo mais infantil
“eram libélulas que rodeavam o seu quarto”
ela escrevia tudo no olhar,
tão direta,tão errada,tão partida
Ela te confundia em tua bagunça
Tão perdida,tão fria,tão sem graça
Era tão bonito te ver não se importar
“Elas não vivem,estão apenas correndo”
Ela te controlava aos seguir suas regras
Mas você preferia deixá-la em um canto qualquer
Seus passos,o leite derramado,o cabelo mal lavado e as libélulas
Você ainda sente a falta dela
O sangue escorrendo pela boca,o sorriso infantil,as manchas de molho na blusa e as libélulas
Você ainda se perturba com ela
E você nunca entendeu porque ela não estava fora
Muito menos as fitas que os rodeavam
Ela guardou tudo numa caixinha debaixo da cama
Seu segredo mais obsceno
“Acorde eu não existo também”
Logo você viraria apenas sua anotação
Para Lita