Alvorada
Alvorada.
Lento ainda, o tempo
volta a escoar.
O leito seco,
ainda,
pressente a vida
que, de ausente,
represada,
volta a escoar.
Pressinto tua chegada.
Nas mãos,
cócegas de poesia...
No corpo,
leve sopro
de arrepio
de um bom momento,
ainda arredio,
que parece voltar.
Prenúncio do ciclo
que insinua flores,
na terra nua,
na ausência das cores
da noite tão fria.
Desperta, meu peito.
Toma os olhos
da mente confusa
e perceba
que o Sol
se põe a levantar.
Pressinto tua chegada.
Me banha teu calor,
tuas asas,
teu cantar...
Benvinda, meu anjo:
revivo no teu olhar !