Negro
Negro
Sandra Ravanini
O homem é um deus em ruínas.
Emerson
Culpará ainda a loucura inexistente,
expulsando a vergonha escandalosa
e, algemados na alegria, espinho e rosa
decifrarão o desdém da mão gemente.
Cairá na excitada deslembrança
ladrando a ingratidão das acolhidas,
beberá o sumo do ócio que revida
a devoração na folha da vingança.
Não morrerá antes da morte florida
desabrochar no trono a última lesão
enraizada; despimento e imigração
sentenciando a mortalha colorida.
Desaguará no lodo o cio em balizas;
rosa e espinho excitando as caudalosas
resinas, sumo da alegria danosa
amortalhando o hálito das brisas.
29/07/2008