ESFINGE TATUADA
ESFINGE TATUADA
Carmo vasconcelos
Olho-me no espelho…
Sou esfinge tatuada
Altiva a fronte
olhar oblíquo
furando a distância
narinas de vento
à pedra coladas
promessas de Vénus
no mármore castradas
Penetro mais fundo
a figura espelhada
e oiço os queixumes
da pedra magoada...
São forças telúricas
de voz esvaída
tentando evadir-se
da veste gelada
São tigres e corças
de patas atadas
rios de paixão
aspirando levadas
é sangue em busca
da veia perdida
lavas sufocadas
São pássaros loucos
de asas quebradas
hienas com cio
gemendo aluadas
são unhas rasgando
a parede fria
mãos rompendo estrelas
na noite vazia!
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Lisboa-Portugal
In E-Book “Memorando de Fogo”
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