ESFINGE TATUADA

ESFINGE TATUADA

Carmo vasconcelos

Olho-me no espelho…

Sou esfinge tatuada

Altiva a fronte

olhar oblíquo

furando a distância

narinas de vento

à pedra coladas

promessas de Vénus

no mármore castradas

Penetro mais fundo

a figura espelhada

e oiço os queixumes

da pedra magoada...

São forças telúricas

de voz esvaída

tentando evadir-se

da veste gelada

São tigres e corças

de patas atadas

rios de paixão

aspirando levadas

é sangue em busca

da veia perdida

lavas sufocadas

São pássaros loucos

de asas quebradas

hienas com cio

gemendo aluadas

são unhas rasgando

a parede fria

mãos rompendo estrelas

na noite vazia!

***

Lisboa-Portugal

In E-Book “Memorando de Fogo”

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Carmo Vasconcelos
Enviado por Carmo Vasconcelos em 07/08/2008
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