MORENO EM VERSOS (par.Fernanda Araujo)
FERNANDA ARAUJO: já que insite eu estou postando estes verso sulinos vividos no chão mineiro, foi um prazer colaborar com você, a obra é sua:
Moreno em versos sulinos
Eu queria nestes versos
Uma história lhes contar
A história do boi Moreno
Que deu muito o que falar.
Lá na Barra dos Dois Rios
Na Fazenda do Pontal
Boi Moreno era valente.
Muitas vezes isso mostrou
Boi puxador de arado,
Muita terra ele lavrou
Por aquele chão mineiro,
Onde sua história começou.
Um dia, chegou na cidade
O circo do Divino Roseno.
Trazia um toureiro valente
Que vinha desafiar Moreno,
Por isso viera com o circo
Confiante e muito sereno.
Seu nome era Borracha.
Tinha fama como toureiro
Muitos touros ele venceu
Por este chão brasileiro
Com Moreno não deu certo
Levou seu golpe primeiro.
Carlos e Zé Sinhorinha
O Moreno pra cidade levou.
Foi recebido com aplausos,
Quando no picadeiro entrou.
Ali parou, olhou para a platéia
Com o casco no chão escavou.
Borracha fez jus ao nome
Por cima de Moreno saltou.
Moreno o pegou de jeito.
Sobre suas costas jogou.
Já no primeiro assalto
Borracha o chão beijou!
Borracha naquele dia
Teve seu dia derradeiro.
Ali perdeu sua fama
De ser um grande toureiro.
Se não fosse Sô Vicente
Morria ali no picadeiro...
Sô Vicente correu logo
E saltou no picadeiro.
Falou baixinho com Moreno
Levou pra longe do toureiro,
Que desmaiado nada via
Ali naquele chão mineiro.
Dona Rosa na platéia
Bastante nervosa ficou.
Numa prece a Nossa Senhora
Por seu marido implorou
Borracha já se recuperava
Do grande susto que levou.
Neste duelo travado,
Entre Moreno e o toureador,
O toureador foi derrotado
O boi Moreno foi o vencedor.
O boi manso de arado
Era um grande lutador.
A notícia correu depressa
Da façanha do boi Moreno
E a derrota do tal Borracha
No circo do Divino Roseno
Que, ali sem toureiro ficou.
Partiu, sem rumo terreno.
Um dia lá na cidade,
Um novo circo apareceu,
Sô Vicente bem ligeiro
No lombo do boi escreveu
Boi Moreno tiraprosa.
Muito toureiro já correu.
Boi Moreno criou fama
Por ser boi dos ligeiros.
De Borracha não se sabe.
Pois sumiu dos picadeiros.
Boi Moreno ficou por lá,
Dando susto nos toureiros.
Com os anos, o boi Moreno,
Dos circos, seu dono o afastou.
Lá pra Fazenda do Pontal,
Pra descansar, Moreno levou.
Muitos anos se passaram.
Do boi Moreno, muito se falou!
Volnei R. Braga: